Sabe aqueles filmes que você não consegue distinguir em que classificação de gênero se encaixa? Se conta um belo drama de uma personagem que vive conflitos e extrema pressão em sua vida pessoal e profissional, ou um “thriller” psicológico expondo as crises de obsessão de uma bailarina em ascensão?
“Cisne Negro” surpreende contando a difícil tarefa de Nina (Natalie Portman), em substituir a primeira bailarina Beth Macintyre (Winona Ryder) no papel de Rainha dos Cisnes, no espetáculo “O Lago dos Cisnes”.
Portman se supera interpretando Nina, uma bailarina que externa um lado doce e meigo durante toda a sua vida, sendo criada por uma mãe bajuladora e interesseira, transferindo para a filha seu desejo de sucesso na carreira que nunca conseguiu, tornando Nina numa menina frágil e de fácil manipulação. E, ao ser a escolhida para o tão desejado papel, vê a necessidade de descobrir o lado obscuro e maléfico dentro de si, para representar com naturalidade o cisne negro do espetáculo de balé do compositor russo Tchaikovsky. Aos poucos Nina vai sendo dominada por esses impulsos sombrios recém descobertos, transformando a menina ingênua em uma mulher sedutora e fatal.
Devido a sua mente outrora frágil e toda essa busca de novos sentimentos para a encenação do cisne esperto e traiçoeiro, a personagem vive envolta numa nova atmosfera de experiências, onde a sua personalidade doce e frágil, mistura-se à psique doentia do novo lado obscuro descoberto dentro de si. Sua imaginação se torna tão real ao ponto de confundir-se com fatos realmente vividos. Com sua mente perturbada, Nina começa a desconfiar de sua colega de espetáculo Lily (Mila Kunis), e expande ainda mais os medos de seu intelecto atormentado, onde se vê perseguida por sua amiga, agora sua rival, imaginando que ela quer tomar o lugar que tanto sofreu para conseguir, o papel de “A Rainha dos Cisnes”.
Nesse ponto da trajetória, Nina perde todo o entendimento do seu “eu”, sem saber quem realmente ela é, ou o que de fato acontece a sua volta. Sua paranóia é tão intensa, e de tão extrema gravidade, que provoca a perda da sensibilidade de seu próprio corpo, dissociando-se, inclusive, da percepção das sensações físicas normalmente experimentadas. Totalmente sucumbida por sua sede de superação e aceitação, fere-se mortalmente, pensando estar ferindo sua rival. De fato, ela executa a performance mais brilhante de sua carreira, e morre, ao final de todo o espetáculo, satisfeita e feliz, ouvindo as palavras de orgulho de seu mentor, e os aplausos eufóricos da platéia. Realizando o seu mais íntimo desejo, a perfeição.
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Rafael da Silva Lima
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