13 de jun. de 2011

Análise crítica: Matrix (The Matrix – 1999)


O filme Matrix possui como personagem principal Thomas Anderson, “pacato” funcionário de uma empresa de Informática, mas que também atua ilegalmente como o hacker conhecido pelo codinome Neo.
A descrição desta personagem não é muito profunda a princípio, porém, percebe-se com o desenrolar da história que Neo (o nome de Thomas Anderson não é muito usado ao longo do filme, o que claramente indica que a figura de Neo prevalece sobre a do Sr. Anderson) possui fortes angústias, de origens não muito claras para o próprio personagem, mas, que possuem um viés de insatisfação com o rumo de sua vida. Também se destaca em Neo seu lado curioso, que o leva a “seguir o coelho” e a escolher a pílula vermelha ofertada por Morpheus, um dos líderes na luta contra as máquinas (luta esta que até então Neo ainda não conhece).
Com a metáfora das pílulas - a pílula azul leva à tranquilidade de uma vida pacata, contudo, alheia à realidade, alienada; já à pílula vermelha descortina as mentiras do sistema vigente, revelando toda a verdade ao mesmo tempo em que arruína o bem estar proporcionado pelo teatro de fantoches, orquestrado pelas máquinas – o filme nos induz a refletirmos, principalmente, sobre o capitalismo. Podemos fechar os olhos às mazelas geradas por este sistema e continuarmos a viver nossa vida feliz, ou podemos de fato visualizar a realidade, por mais dolorida que seja, e nos engajarmos na luta por algo melhor e mais justo para todos. Percebe-se, neste ponto, uma forte convergência com ideais marxistas.
A partir da escolha de Neo pela pílula vermelha as fases apresentadas pelo enredo da história podem ser facilmente definidas: a revelação da verdade para Neo e o sobrepujamento desta identidade sobre a de Thomas Anderson (primeiro ponto de virada – as cenas anteriores configuram uma apresentação), a adaptação à nova realidade e à Matrix (desenvolvimento), a traição de um dos integrantes da luta contra as máquinas (novo ponto de virada), o resgate de Morpheus e a luta contra o Agente Smith (clímax), a morte e o ressurreição de Neo (terceiro e último ponto de virada), e por fim, a luta de Neo contra o Agente Smith, momento em que Neo ganha confiança e se comporta, de fato, como o Escolhido, derrotando Smith (desfecho).
Matrix é perpassado por inúmeras perguntas e escolhas, em sua grande maioria são metáforas incidentes em dilemas morais apresentados a Neo, que deve escolher as melhores saídas e colocá-las em prática, visto que, é apontado como o Escolhido, aquele que libertará a humanidade do domínio das máquinas – pode-se interpretar este destino messiânico de Neo como a esperança de que alguém, ou algum movimento, reúna forças suficientes para destronar o capitalismo, instituindo um novo modelo que atenda às necessidades de toda a humanidade.

Alunos: Francisco Souza e Orlando Filho
1COM33B

Tatuagem



Lab de comunicação 1COM13C
Isadora Ruas, Natalia Barbi , Cristina Magaldi, Roberta Cecim , Felipe Trancoso