“O senhor das armas” (Lord of War), Yuri Orlov ( Nicolas Cage ), apresenta uma visão totalmente diferente do que os governos, ONGs e instituições tentam passar, ou melhor, tentam esconder. Para ele, vender armas para guerrilheiros e até grupos religiosos extremistas é como um simples comércio de roupas, são todos clientes, não importa o que vão fazer com a mercadoria.
Orlov encontra no tráfico de armas sua forma de ganhar a vida e desfrutar de forma abundante por sinal.
Antes disso, Yuri é um imigrante da Ucrânia, e tem um pequeno restaurante nos EUA, até que um dia vê dois capangas serem mortos por um chefe da máfia. Nesse momento ele vê uma nova oportunidade em sua vida. A de vender armas.
Enquanto há diversas campanhas no mundo de desarmamento ele cinicamente afirma: “A cada 12 pessoas no mundo, há uma arma. A minha preocupação é: Como armar as outras 11?” Seu ponto de vista sempre irônico, confronta o gerenciamento bélico monopolizado dos EUA, pelo fato de estar fornecendo armas para países do Oriente Médio e África do Sul, que acaba fortalecendo as guerras civis.
Até certo ponto, o filme nos faz confrontar quem é o verdadeiro vilão da história. Pois entramos no paradigma da relatividade do certo e do errado. É como se Yuri criasse uma verdade que ele mesmo no fundo sabe que é somente uma forma de tapear sua consciência, de forma a convece-lo de que vender armas contrabandeadas é só um bom negócio.
De fato, ele mostra uma realidade não colocada pela mídia manipuladora que é por exemplo a mortalidade de menores e pessoas inocentes em geral nas guerras. Isso deixa claro a prepotência dos que dispõem de uma melhor posição na sociedade dos países de primeiro mundo, e que fique subentendido até os governantes. Tal prepotência os leva a ficar cegos, a ponto de agirem com indiferença para com tais vítimas inocentes. Contudo esse é apenas um aspecto. A grande realidade vista de um plano geral, é que podemos resumir que o grande líder mundial é o dinheiro. Ao menos para os detentores do poder, o dinheiro está acima dos valores humanos.
Talvez a atitude do Diretor deva ser chamada de corajosa, pois fugiu o padrão de filmes Norte-americanos que sempre enaltecem a imagem e poderio dos EUA.
A grande virada do filme, é quando Yuri Orlov percebe que pelo bem de sua família ele deve largar sua profissão, e tentar uma nova vida. Só que essa mudança deveria ser um processo, pois de contraponto há o governo americano ainda vasculhando seus dados e rastreando toda sua vida para tentar pega-lo em flagrante. Por mais que Yuri tivesse tentado largar o esquema de armas de uma hora pra outra, seus clientes continuaram cobrando as armas já encomendadas, e ao fazer sua última encomenda, o governo Americano o pega durante sua volta aos EUA, pois havia uma bala no corpo de seu irmão Vitaly que foi morto ao tentar ser herói quando foram fazer a última entrega.
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