12 de abr. de 2011

VIPs: Quem você quer que ele seja?


O filme VIPs dirigido por Toniko Melo conta a história de um dos maiores trapaceiros do Brasil, Marcelo Nascimento. No filme, Marcelo é interpretado pelo ator Wagner Moura.

Apesar de haver histórias reais, o filme não é todo constituído de realidade. Portanto é necessário atentar para não confundir a história triste do personagem, com a doença do verdadeiro Marcelo. Desde pequeno ele sempre teve problemas de relacionamento em decorrência da ausência do pai e problemas com a mãe.

Muito marcado, o personagem vivido pelo ator Wagner Moura teve diversas fases no filme. Marcelo só foi Marcelo mesmo quando criança, sonhador queria ser como o pai e viajar pelo mundo pilotando aviões. Já na adolescência, frequentador de um clube de aeromodelos onde bebia e jogava sinuca, Marcelo era o Bizarro.

Em busca do sonho, após fugir de casa usando como artifício a sua primeira trapaça, o adolescente virou Dumont, o garoto que ao invés de cumprir a simples tarefa de lavar aviões, sonhava dentro deles. Mas não parou por aí, Marcelo cansou de sonhar, ele queria voar. Em pouco tempo o garoto virou homem e se tornou Carreira, um piloto de um poderoso traficante.

Cansado dessa vida, após quase ser morto, ganhar dinheiro e ser preso, caiu na real e viu que era arriscado demais para ele. Fez o que o “patrão” mandou, voltou para a casa da mãe, onde pensaria o que ele queria ser dessa vez. Não demorou muito e Marcelo decidiu virar Henrique Constantino, um dos donos da Gol linhas aéreas.

Rico, famoso, querido e poderoso. Além disso, “dono” e piloto de vários aviões, emprestados e oferecidos pelos bem sucedidos novos amigos de “Henrique”. Desmascarado por uma conhecida do verdadeiro empresário, Marcelo conseguiu driblá-la durante algum tempo prolongando a farsa, mas não duraria muito. Após “roubar” o jatinho da “amiga” rica, Marcelo foi desmascarado ao planejar sua fuga e na tentativa de colocá-la em prática não conseguir em decorrência da sua doença.

Tomado por uma mente doentia, compulsiva pela mentira Marcelo foi preso e ainda assim não parou de mentir chegando a se passar por chefe de uma facção criminosa de São Paulo na rebelião de presídio de Bangu em 2003. O personagem de Wagner Moura conta o ciclo de uma vida problemática, a consequência da criação, da família e dos amigos. O filme mostra o ponto de vista das pessoas que estão de fora da situação sem se preocupar com as dificuldades enfrentadas pelo próprio Marcelo que contudo que tenha feito, é a maior vítima do seu problema.

O fim do filme poderia ter sido melhor, não estilo final feliz porque não faria sentido. Mas acredito que deveria haver uma tela negra explicando qual foi o desfecho da história de Marcelo, considerado hoje um dos maiores trapaceiros do Brasil. Ao invés disso, além da cena final não concluir nada o filme termina confundindo muitas pessoas ao dizer que é uma obra de ficção baseada em histórias reais.



Para quem ficou curioso, esse é o verdadeiro Marcelo:


Stephany Muzi :: Laboratório de Comunicação 2011.1

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