12 de abr. de 2011

Análise Crítica sobre Nina (Natalie Portman) de “O Cisne Negro”

Sabe aqueles filmes que você não consegue distinguir em que classificação de gênero se encaixa? Se conta um belo drama de uma personagem que vive conflitos e extrema pressão em sua vida pessoal e profissional, ou um “thriller” psicológico expondo as crises de obsessão de uma bailarina em ascensão?


“Cisne Negro” surpreende contando a difícil tarefa de Nina (Natalie Portman), em substituir a primeira bailarina Beth Macintyre (Winona Ryder) no papel de Rainha dos Cisnes, no espetáculo “O Lago dos Cisnes”.


Portman se supera interpretando Nina, uma bailarina que externa um lado doce e meigo durante toda a sua vida, sendo criada por uma mãe bajuladora e interesseira, transferindo para a filha seu desejo de sucesso na carreira que nunca conseguiu, tornando Nina numa menina frágil e de fácil manipulação. E, ao ser a escolhida para o tão desejado papel, vê a necessidade de descobrir o lado obscuro e maléfico dentro de si, para representar com naturalidade o cisne negro do espetáculo de balé do compositor russo Tchaikovsky. Aos poucos Nina vai sendo dominada por esses impulsos sombrios recém descobertos, transformando a menina ingênua em uma mulher sedutora e fatal.



Devido a sua mente outrora frágil e toda essa busca de novos sentimentos para a encenação do cisne esperto e traiçoeiro, a personagem vive envolta numa nova atmosfera de experiências, onde a sua personalidade doce e frágil, mistura-se à psique doentia do novo lado obscuro descoberto dentro de si. Sua imaginação se torna tão real ao ponto de confundir-se com fatos realmente vividos. Com sua mente perturbada, Nina começa a desconfiar de sua colega de espetáculo Lily (Mila Kunis), e expande ainda mais os medos de seu intelecto atormentado, onde se vê perseguida por sua amiga, agora sua rival, imaginando que ela quer tomar o lugar que tanto sofreu para conseguir, o papel de “A Rainha dos Cisnes”.


Nesse ponto da trajetória, Nina perde todo o entendimento do seu “eu”, sem saber quem realmente ela é, ou o que de fato acontece a sua volta. Sua paranóia é tão intensa, e de tão extrema gravidade, que provoca a perda da sensibilidade de seu próprio corpo, dissociando-se, inclusive, da percepção das sensações físicas normalmente experimentadas. Totalmente sucumbida por sua sede de superação e aceitação, fere-se mortalmente, pensando estar ferindo sua rival. De fato, ela executa a performance mais brilhante de sua carreira, e morre, ao final de todo o espetáculo, satisfeita e feliz, ouvindo as palavras de orgulho de seu mentor, e os aplausos eufóricos da platéia. Realizando o seu mais íntimo desejo, a perfeição.

Veja o Trailler Original clicando aqui


Rafael da Silva Lima

20101103990

Nenhum comentário:

Postar um comentário