15 de jun. de 2011

Análise Acadêmica - O Poder e a Lei

O Poder e a Lei

A Trama tem como personagem principal Mick Haller (Matthew McConaughey). Mick é um advogado pai de família separado, que mora em Beverly Hills e tem um Ford Lincoln, que também funciona como seu escritório, e é dirigido pelo motorista negro que também é seu amigo Earl (Laurence Mason). Mick vive um romance com sua ex-esposa, a promotora Maggie (Marisa Tomei) que tem com ele uma filha.
Mick é um advogado que normalmente é chamado de “porta de cadeia”, título do livro que inspirou o filme, pega casos de bandidos normalmente culpados, pois em sua concepção, não importa se o seu cliente é culpado ou inocente, bandido ou mocinho, para Haller, quem deve se preocupar e provar se é culpado ou não seria a promotoria, não ele.
Em sua apresentação no filme, Haller está dentro de seu Lincoln com seu motorista negro, o que poderia trazer uma certa distância de classes, não fosse a trilha sonora do momento, um Hip-Hop bem “gueto” que dá a ideia de “rua” para o advogado, reforçando sua “malandragem” e a amizade com Earl. Essa trilha de Hip-Hop/Rap é reproduzida durante algumas partes do filme, principalmente quando Earl e Haller estão passeando no escritório ambulante, o que de certa forma faz com que entendamos que quem aperta o “play” da trilha é Earl.
O filme continua nos apresentando seus outros personagens secundários como seu amigo Val Valenzuela (John Leguizamo) e a rotina de Mick, até que o primeiro ponto de virada aparece: Mick é convidado a pegar o caso de um jovem rico que está sendo acusado de agredir uma prostituta. Quando é apresentado ao caso, Haller acredita que a história que é contada pelo jovem milionário é verdadeira apesar de todas as provas o apontarem como o autor e que o caso será de fácil resolução.
Porém em uma cena essencial, o investigador que ajuda Mick Halller em suas defesas, Frank Levin (William H. Macy), levanta a suspeita de que o jovem “playboy” Louis Roulet (Ryan Phillippe) poderia sim ser o culpado do crime.
A Trama segue com a investigação do crime e a investigação paralela feita por Frank até que o segundo ponto de virada é apresentado: Depois de investigar a vida e as características de Louis, Mick percebe que ele é um assassino e que é o autor de um crime antigo, um assassinato no qual o acusado era seu cliente, e que foi preso injustamente.
Algumas cenas assessórias são mostradas durante o filme, para reforçar a diferença entre Louis, o playboy que se acha dono do mundo, e Mick, o advogado malandro mas que é correto e pai de família. Para tal, o diretor Brad Furman não desperdiça planos e trabalha com close-ups o tempo inteiro, até o limite do bom senso.
A ação começa a ser mais evidente no filme quando, após esse segundo ponto de virada, fatos acontecem rapidamente, como o assassinato de Levin em uma cena essencial, num paralelo ao julgamento de Louis, no qual Haller trabalha com a maestria que resolveram outros casos, levando assim, até uma absolvição quase que inevitável do “playboy”.
Diante desse conflito entre cumprir seu trabalho deixando livre um assassino frio e deixar prendê-lo arriscando assim sua família, já que Frank Levin foi morto por somente estar investigando a ligação de Louis com o outro crime anterior, Mick consegue uma resolução brilhante, que livra Roulet da acusação de agressão da segunda prostituta e ao mesmo tempo o incrimina pelo assassinato da primeira prostituta.
A partir disso, nos minutos finais do filme, algumas cenas de ação são lançadas fazendo com que o jogo mude de lado e ataque e defesa se invertam como num jogo de futebol. Isso faz com que em certo momentos o espectador pense que Mick morreu, porém, como em todo filme que preza pela diversão, o mocinho não morre, mostra sua habilidade malandra no fim, e segue a vida com seu Lincoln e o motorista negro.
Neste longa, o bom roteiro de John Romano explora com sagacidade o paradoxo que um advogado passa a viver quando percebe que está sendo ludibriado pelo próprio cliente, levantando saborosas questões éticas e morais a tona. Tudo isso somado as boas atuações de Matthew McConaughey e o elenco secundário, credencia O Poder e a Lei como um entretenimento de qualidade.




Autores:

Pedro Drago
Fernanda Távora




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