15 de jun. de 2011

"O Pagador de Promessas" – Análise Crítica

O filme é baseado no livro de Dias Gomes e dirigido por Anselmo Duarte. O longa-metragem, de 1962, tem como premissa dramática a tentativa de Zé do Burro pagar, na Igreja Católica, a promessa feita à Santa Bárbara no Candomblé. Zé, o protagonista, é o estereótipo de homem do campo.

Ainda no ato I é retratada a ingenuidade do personagem. Exauridos pela viagem a pé do interior da Bahia até Salvador, Zé do Burro e sua esposa Rosa, chegaram a Igreja de Santa Bárbara. É de madrugada quando o casal chega a Salvador e imediatamente conhecem o Bonitão, cafetão famoso por ser conquistador, que percebendo de se tratar de dois matutos se dispõe a conseguir um quarto em um hotel para que Rosa descanse, enquanto Zé espera a igreja abrir, dormindo na praça. Zé, deslumbrado com a solicitude do galã, insiste para que a mulher vá com Bonitão. Rosa vai e se envolve sexualmente com o cafetão.

Os padres, a polícia, a imprensa não conseguem compreender quem é Zé do Burro, sua origem ingênua, com outros códigos culturais, outras posturas. Os homens da cidade tem dificuldade em entender a simplicidade da mensagem do Zé. Mas ele é impassível. Sabe que tem que pagar sua promessa para poder voltar com a sua mulher, adultera, para sua roça e seu burro. Ele não tem plano, não pede ajuda, não desiste, apenas espera que o padre entenda que não merece ser punido pelo seu sincretismo religioso.

Porém, quando Marli (cônjuge do Bonitão) - ao descobrir que Rosa teve relações sexuais com seu amado - ofende Rosa e Zé. Imediatamente, o protagonista tem uma mudança de atitude. Começa a derrocada do pagador de promessas. Rosa resolve ir embora com Bonitão. Zé fica perplexo e descrente, acredita ter sido abandonado pela santa. minutos depois, Zé morre em frente à Igreja de Santa Bárbara.

A intolerância religiosa ocasionou a morte de Zé. Que também acreditava em Deus, se declarava católico e respeitava a igreja. Mas não pode recuar, pois seria descumprir a promessa para Santa Bárbara. Zé não pode aceitar o discurso demonizador do padre e nem compreender a retulância deste em negar seu direito de pagar a promessa feita. E, sobretudo, seus valores morais, própios do homem do campo naquele contexto não permitem aceitar outra alternativa que o impeça de cumprir a palavra dada à santa. São dois mundos completamente diferentes que, diante da sinceridade da convicção religiosa de ambos, não poderam confluir para uma solução intermediária.






Laboratório de Comunicação


Turma:1COM13D


Alunas: Mariana Santos e Nathália Marques



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